Prezado Antônio,
Entendo que para a sua vida e seus interesses, nada é mais importante do que o que você pensa e crê.
De que lhe adianta eu dizer que sim ou que não?
Todos as observações, percepções e sensações podem ser relativizadas.
Materialmente, hoje eu existo, pois neste plano há indícios de minha presença e atuação.
Há meio século atrás eu não existia por estes mesmos critérios. Provavelmente daqui há meio século também não existirei levando-se em conta esta análise.
Em 1.000 anos se não forem encontrados vestígios de minha existência, poderá ser deduzido que nunca existi, mas o fato disso ser verdadeiro ou falso não é o mais importante.
O importante a ser compreendido é que: o fato de eu ter ou não existido daqui há 1.000 anos não fará ninguém feliz.
Gosto muito de filosofia, ela permite o desenvolvimento de uma razão poderosa, cortante, capaz de descortinar horizontes, mas não consola o homem.
Sua finalidade é apresentar perguntas, desafiando crescentemente nossa capacidade de obter respostas.
Ela pode levar o desenvolvimento de nossa razão ao limite, mas nada pode agregar ao desenvolvimento de nossas emoções.
Há pergunta mais importante do que descobrir como ser feliz e sentir-se entusiasmado num mundo tão complicado e desequilibrado como o nosso?
Mais importante do que entender a existência é dar um bom significado para ela.
Os conceitos não são mais importantes do que as pessoas.
Os conceitos lhe indicarão alguns caminhos e respostas.
As pessoas também lhe indicarão caminhos e respostas.
Contudo...
Foi através de pessoas que viemos ao mundo, entendo que apenas em seu meio valerá a pena buscar o significado da vida, do eu, de você e de Deus.
Os conceitos são nossos filhos (nascem de nossa razão)
Nossos pais são pessoas, nossa origem está nas pessoas.
Somos feitos de carne, ossos e sentimentos, temos a razão, mas ela de nada vale sem emoção e calor humano.